Numa calma tarde de segunda-feira, fui visitar minha avó. Sentadas num sofá tomando um ar fresco, começamos a conversar sobre coisas da vida. Ela com seus quase 80 anos, mas muito lúcida e perspicaz ainda. Falávamos das angústias e anseios que corroem nossa geração, e o modo como as pessoas encaram isso. Sempre tive uma queda bem forte por idosos, e ainda mais por minha avó.
Como são sábios os idosos, sempre os admirei por isso. E naquele momento me surpreendi pensando sobre isso novamente. Embora pareçam frágeis por conta do corpo físico, mas existe uma força e uma sabedoria espetacular se os olharmos de verdade. Se pudéssemos nos cercar deles e aprender com suas experiências, nos pouparia muita dor de cabeça.
Mas pouca gente tem paciência para os idosos, não tem tempo nem interesse em ouvir o que eles têm a dizer, pensam que são ultrapassados e não sabem nada deste mundo atual. Na verdade, o que os idosos não estão por dentro, é dos modismos e modernismos, seria pedir demais também, pois nem nós conseguimos acompanhar.
Agora, o que eles sabem e nunca muda, são os valores essenciais de nossas vidas, e que nem todos nessa jornada vão se dar conta disso.
São conceitos sobre as belezas de uma vida simples, de curtir as maravilhas da natureza, de apreciar uma boa companhia, de ter uma conversa agradável, de ouvir mais as pessoas e falar menos. De interagir com pessoas ao invés de ficar parado na frente da televisão ou computador. Dar valor as refeições feitas com toda família e agradecer por esta oportunidade que nos dias modernos se tornou tão raro. De estarmos vivos e respirarmos ar fresco. São coisas tão simples e banais, que fazem a plenitude de cada momento.
O que sempre pensei sobre a “idade da sabedoria”, é que é maravilhoso, pois já estão numa fase que não precisam mais provar nada para ninguém. Não precisam mais correr atrás do que nós mais jovens damos valor e que levamos tanto tempo para aprender que não é isso que nos fará feliz.
Sim, talvez com a idade deles tenhamos aprendido tudo isso.. Torço muito para isso, mas faço minha parte também. E parte dela, é ouvir os mais sábios!