quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Resgate da Conexão com a Natureza e com o mais profundo Ser


O filme Avatar em minha opinião é uma joia preciosa... 

Consegue retratar de forma claríssima toda a cegueira, ignorância e ganância do ser humano, ao mesmo tempo que inspira deliberadamente as mentes mais conscientes a fazer sua parte nesta mudança de visão, de elevação de consciência da massa, do resgate do que é “ser humano”. Mesmo sabendo que uma mudança significativa e abrangente é lenta e talvez nem cheguemos a presenciar, mas que sejamos uma gota em um oceano, já é válido. 

É assim que as grandes revoluções se iniciam, um passo de cada vez. Incitando os que têm uma chama acesa dentro de si, a propagar a faísca, a plantar outras sementes.

Dentro de toda a mensagem que o filme transmite, duas em especial, me tocaram profundamente.

Uma delas retrata a conexão com a natureza, a energia que brota da terra e que o natural seria interagirmos com ela, mas a perdemos em algum momento em um passado muito distante.

Esse resgaste eu acredito ser o mais importante de toda essa mudança. A partir do momento que nos conscientizarmos que somos parte da Natureza e não separados dela, penso que as coisas podem tomar outro rumo, e começaremos a caminhar de volta ao que “é”.

No filme, os seres do outro planeta (poderíamos nomeá-los de espíritos de “presença constante e integral”) são livres dos véus que nublam ou às vezes até cegam nossos olhos, percebem a sua existência coexistindo com todo o resto que faz parte da Natureza, as plantas, os animais.. eles têm consciência que não são mais nem menos e tem respeito pelos outros integrantes do Universo.

E essa inteligência, os conecta todo o tempo ao meio. Com os animais, por exemplo, no momento em que interagem com eles, ligam-se a sua energia e podem sentir o que o animal sente. Ouvem e sentem as batidas do coração, e suas mentes se interconectam de alguma maneira que passam a agir como um só.. formam uma cumplicidade e respeito mútuo.

As árvores através das raízes se conectam umas às outras, como se fosse uma teia, como se fossem as sinapses que ligam os neurônios em nosso cérebro.. Tudo está interligado, “tudo é uma coisa só”.

“Eu vejo você” de todas as formas - vejo você, sinto você e respeito você..

Esse deveria ser nosso fio condutor daqui por diante.. abrir-nos para uma nova maneira de viver, com tudo que habita o Universo..
Vendo e não só enxergando, sentindo e não só imaginando, respeitando e não só julgando e rotulando..

Outro ponto marcante para mim é quando os humanos estão justificando a devastação de todo aquele planeta “vivo e pleno”, o líder fala: “os acionistas de nossa empresa não querem saber, a única coisa que importa é que o balanço trimestral não pode ser negativo..

Foi muito impactante ouvir os argumentos mesquinhos de um capitalismo desenfreado justificando a extinção de uma Natureza esplêndida e de um povo sábio, por causa da ganância crescente deste outro povo que se acha soberano a tudo e a todos!! 

Que apesar de tudo, de todas as novas ondas de conscientização, ainda se sente fragmentado e separado do todo.

Só se reclama da fúria da Natureza, os tsunamis, terremotos, chuvas torrenciais, enchentes, como se estivéssemos a parte de tudo isso, como se não contribuíssemos ou até mesmo provocássemos a ira da mesma..

Torna-se preocupante essa desconexão dos fatos, que o ser humano tende a fazer quando não lhe interessa mexer em algum assunto.

Essa é só a ponta do iceberg..  

E podemos também ver a mesma coisa sob outro prisma. Pois o que acontece no macro, acontece no micro.. a natureza nos reflete o que se passa em nós mesmos como indivíduos..

Mas isso, tampouco chegamos a imaginar.. pois nem sabemos como funciona os princípios da Natureza, e em nossa cultura Ocidental não cultivamos essa sabedoria.. e nunca  nos interessamos.. afinal, não temos tempo.. pois correr atrás do dinheiro, nos consome...