quinta-feira, 30 de julho de 2009

A beleza da sabedoria!

Numa calma tarde de segunda-feira, fui visitar minha avó. Sentadas num sofá tomando um ar fresco, começamos a conversar sobre coisas da vida. Ela com seus quase 80 anos, mas muito lúcida e perspicaz ainda. Falávamos das angústias e anseios que corroem nossa geração, e o modo como as pessoas encaram isso. Sempre tive uma queda bem forte por idosos, e ainda mais por minha avó.

Como são sábios os idosos, sempre os admirei por isso. E naquele momento me surpreendi pensando sobre isso novamente. Embora pareçam frágeis por conta do corpo físico, mas existe uma força e uma sabedoria espetacular se os olharmos de verdade. Se pudéssemos nos cercar deles e aprender com suas experiências, nos pouparia muita dor de cabeça.

Mas pouca gente tem paciência para os idosos, não tem tempo nem interesse em ouvir o que eles têm a dizer, pensam que são ultrapassados e não sabem nada deste mundo atual. Na verdade, o que os idosos não estão por dentro, é dos modismos e modernismos, seria pedir demais também, pois nem nós conseguimos acompanhar.

Agora, o que eles sabem e nunca muda, são os valores essenciais de nossas vidas, e que nem todos nessa jornada vão se dar conta disso.

São conceitos sobre as belezas de uma vida simples, de curtir as maravilhas da natureza, de apreciar uma boa companhia, de ter uma conversa agradável, de ouvir mais as pessoas e falar menos. De interagir com pessoas ao invés de ficar parado na frente da televisão ou computador. Dar valor as refeições feitas com toda família e agradecer por esta oportunidade que nos dias modernos se tornou tão raro. De estarmos vivos e respirarmos ar fresco. São coisas tão simples e banais, que fazem a plenitude de cada momento.

O que sempre pensei sobre a “idade da sabedoria”, é que é maravilhoso, pois já estão numa fase que não precisam mais provar nada para ninguém. Não precisam mais correr atrás do que nós mais jovens damos valor e que levamos tanto tempo para aprender que não é isso que nos fará feliz.

Sim, talvez com a idade deles tenhamos aprendido tudo isso.. Torço muito para isso, mas faço minha parte também. E parte dela, é ouvir os mais sábios!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pedi, recebi! E agora?

Tem uma pergunta que não me deixa em paz: Por que será que quando desejamos algo, e o “algo” começa a tomar forma, nos sentimos acuados? Será um mistério a ser desvendado?

Vale o desafio, e arrisco algumas sugestões!

Perceba que geralmente acontece a mesma seqüência de acontecimentos com a maioria das pessoas. Sua vida pode estar tranqüila (aparentemente), confortável, mesma rotina, etc. Você gosta da sua vida tal como ela é. Mas não sei. Às vezes internamente uma perturbação começa a se fazer presente, nas entrelinhas... Como um sussurro ao longe..
Como uma brisa leve tentando despertar nossa atenção.

Neste momento você começa a se inquietar e procurar o motivo que o está fazendo perder o sono. E o encontra. Saímos a campo para tentar solucionar nossa incansável insatisfação e descobrimos o que nos faria extremamente felizes. Pronto! Agora é só esperar o que ansiamos tanto, acontecer. Quando o que tanto queremos se realizar, temos certeza que aquela “vozinha” chata nos deixará em paz e não mais estaremos à mercê dela.

E de repente, o nosso desejo começa a se tornar uma realidade. Assim, sem mais nem menos, sem aviso prévio! Não manda uma carta avisando, telegrama, sinal de fumaça, nada. Simplesmente se torna real. E aí?

Muitas vezes, pânico instalado. Outras, somente um medo nos invade tomando conta de todo nosso ser. E nos pega de calças curtas! Porque por esta, ah! Por esta, você não esperava. E isso invariavelmente nos confunde. Pois, se é algo que você tanto almejou, como explicar que no momento em que tudo acontece você sente desta forma? E pode até questionar-se, se sua intenção verdadeira era mesmo esta.

Bem, primeiro eu diria que não deveríamos racionalizar tudo. Afinal, querer achar razões lógicas para sentimentos é a maior prova de que estamos totalmente identificados com o intelecto, pois precisamos de argumentos plausíveis para todo e qualquer comportamento e emoção, e sequer nos damos conta de que algumas coisas são irracionais, inexplicáveis, indefiníveis e misteriosas.

Outro ponto a ser considerado, é que o “medo” que sentimos diante de mudanças, é criação do Ego. O ego, não gosta de mudanças. O ego, tenta nos imobilizar na zona de conforto. O ego necessita de segurança. Portanto mudar é totalmente contra seu esquema.

Não dê ouvido a ele, persista no seu intuito e vença!

Não caia nesta armadilha, marche!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A renúncia é a libertação – não querer é poder

A renúncia é a libertação – não querer é poder (Fernando Pessoa)

Já diziam alguns sábios: “Não Deseje e não sofra! O desejo é a alma
do sofrer”. (Buda)

Com tanta abnegação, qual mensagem estavam tentando nos passar? O que pretendiam nos instigar com esta afirmação?

De fato, sempre que vivemos baseados em nossos desejos, estamos correndo grande risco de nos frustrarmos, pois as chances de não conseguirmos preencher todas as nossas expectativas são enormes. Posto isso, é seguro citar que vivemos aprisionados no mundo do Querer.

Os sábios desde a antiguidade, deram-se conta de que, na corrida pela felicidade o mais acertado é deixarmos de lado as expectativas e os desejos em excesso. Se não tivermos tantas expectativas, não haverá frustração. Se não houver tanto desejo, não haverá decepção.

Logicamente é intrínseco do ser humano querer adquirir, progredir e avançar rumo às suas convicções, mas o problema consiste em quando não se alcança o objetivo e a maneira como lidamos com isso. E outro ponto é, caso alcancemos o almejado! E seguidamente já perdemos o interesse e temos que substituí-lo. É uma busca infindável.
Uns podem pensar: ah, mas é isso que move o ser humano! Sim, até é. Mas é um paradoxo, porque se é o que move, também é o que o aprisiona.

O caminho do meio é ir em busca de seus anseios sabendo que sua vida não se resume a concretização deles. Não deixar que isto se torne sua meta principal e única. É saber que eles fazem parte de nossa, mas não são a nossa vida.

Não é tão simples aplicar esta teoria, como se nosso “ego” não existisse. Realmente não é fácil! Mas é possível na medida da evolução de cada um.

O pouco que tentarmos, talvez consigamos. E já será um avanço no dia a dia de nossas vidas, um passo a frente em nossa evolução.

O que eu acho? Que vale a pena tentar.

Pois sem tentativa não pode haver sucesso. E você?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Compartilhando momentos!

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Compartilhar é o que dá mais graça à vida!

Fiquei pensando sobre isso num episódio muito simples que me aconteceu.

Durante um vôo, em que eu estava sozinha, era fim de tarde e estava um dia lindo de onde eu vinha. Mas chegando ao local de destino percebi que o tempo estava nublado.

De repente olhando para fora, era como se eu visse um interminável tapete de algodão. Aquela imensidão de nuvens, de todos tamanhos e formatos, todas juntas umas das outras formando um efeito maravilhoso com o pôr do sol que se via no horizonte, com os reflexos avermelhados sumindo por entre as nuvens. Foi uma cena que me marcou muito, pois poucas vezes acho que vi algo tão belo. E naquele momento o meu desejo foi de compartilhar com as pessoas esse espetáculo da natureza! Como eu estava desacompanhada, chamei a pessoa ao meu lado para dividir aquela sensação, e curtir a beleza que estávamos tendo a oportunidade de presenciar.

Fascinada admirando a cena, observei minha inquietação. Por que não conseguimos silenciar somente e desfrutar? Mas sempre que algo toca nosso coração, parece que precisamos repartir nossa emoção.

Isso me fez refletir, em como nós seres humanos estamos ligados e necessitamos uns dos outros. Faz parte do indivíduo o convívio com outras pessoas.

Tem uma frase que diz: Uma alegria compartilhada é alegria em dobro e uma tristeza compartilhada é tristeza pela metade.

Compartilhar é dividir, e dividir é ter um pouco seu nos outros e dos outros em você. As experiências que trocamos é o que nos permite progredir mais rapidamente, encurtando caminhos e desviando de certas dificuldades já trilhadas por outrém.

Essa é uma enorme vantagem que devemos saber aproveitar. Não precisamos todos passar pelas mesmas situações de adversidade, afinal se cada um expor a sua, ganhamos tempo e poupamos sofrimento!

Bem, mas aí também entra a generosidade e o bem-querer ao próximo não é? Se pensarmos bem, sabemos que nem todos têm essa visão, e querem mais que o outro se dê mal tanto quanto, oras, porque poupar sofrimento se também passei por isso?

Só que se pensarmos assim, viveremos num mundo ainda mais individualista e desumano. Onde só o que importa é o seu bem-estar e sua felicidade. Só que eu acredito que não teremos mais espaço para esse tipo de caráter em nosso mundo, pois estamos evoluindo na marra, e quem não se adequar, ficará para trás. O egoísmo, individualismos serão conceitos ultrapassados.

O novo Buda

Li uma reportagem que falava sobre um menino de 6 anos que foi levado à um mosteiro, porque um dos monges intuiu que ele seria uma reencarnação de Buda, algo assim.. Ou um Mestre espiritual. E agora já adulto, saiu por sua conta e risco do mosteiro e foi procurar viver sua vida real. Ele conta que quando foi levado era criança e se sentiu “arrancado” de sua vida e família e foi forçado a viver numa era medieval sem contato com mundo real.

Isso veio de encontro novamente com o que já sabemos. Que Espiritualidade não pode ser algo imposto a ninguém. Este caminho é um caminho solitário e individual, e devemos trilhá-lo no nosso ritmo, baseado apenas no anseio que temos dentro de nós. Se esta chama se acende de alguma forma (porque acredito que todos a trazemos), saímos em busca de algo que venha satisfazer nosso vazio interior. Algo que nos oriente e nos apresente a vida sob um outro prisma. Que abra nosso caminho para outro lado.

Mas isso tem que partir de nós mesmos. Não há nada que possa ser feito para despertar em outra pessoa algo que ela mesma ainda mantêm adormecido. Provavelmente não é o momento dela. Acho que a sabedoria maior consiste em sabermos respeitar o ritmo das coisas e das pessoas, senão acabamos atropelando a tudo e a todos.

Afinal, o fluxo da vida é perfeito como é. Em um caso como este, o tiro sai pela culatra, e algo que poderia ser despertado no momento certo e teria um potencial enorme, torna-se o contrário. Pois tudo que nos é imposto, perde o brilho, o encantamento e vira uma obrigação. Não nos fascinamos por nada que é obrigatório, é nossa natureza.

O que me chama atenção é que ele fala que queria viver uma vida real, o que não conseguia lá dentro. Entendo perfeitamente, pois confinado num lugar isolado com pouquíssimas e sempre as mesmas pessoas, vivendo uma vida só meditativa, mas sem o lado externo, convenhamos que é bem mais fácil colocar em prática os ensinamentos espirituais. Diferentemente da vida normal, onde tudo nos é exigido, há milhões de pessoas com valores e estilos de vida diferentes. Onde precisamos de dinheiro para viver, precisamos ter profissão, estudo e além de tudo, colocar esses princípios em nossas vidas e conseguir viver de acordo com eles. Concordo que isso é vida real.

Mas o paradoxo é que muitos de nós estamos no caminho inverso. Buscando exatamente a situação da qual ele está fugindo. Lutamos par encontrar a paz interior, a sabedoria de vida, a conexão com nossa essência e consequentemente com o Universo.

Mas a diferença é que é por vontade própria, e isto faz toda a diferença.

Minha conclusão é que, precisamos de tudo um pouco até para se saber qual o caminho que mais você se identifica, e certamente isto também mudará durante as fases de sua vida. Sem conhecer o outro lado da moeda, não saberemos como seria e a dúvida instiga a imaginação.

Por isso, como já dizia Buda : “Se estiramos demais a corda da Citara ela se rompe, se não a esticamos suficiente, ela não produz música”. Isto é, devemos seguir sempre “o Caminho do Meio.”