terça-feira, 16 de junho de 2009

Culpa nossa de cada dia

Ela é minha eterna companheira, não tenho por onde escapar! Já tentei fugir por vários caminhos, despistei, mudei de rota, me escondi. Mas por onde quer que eu vá, ela me encontra, me assola. Serei eterna prisioneira? Ou conseguirei me libertar?

Culpa é um sentimento inútil, não leva a nada. A culpa é um mecanismo (religioso, moral ou social) que foi criado para controlar o ser humano, para que não houvesse tantas transgressões, para que os impulsos humanos fossem mais facilmente controláveis.

Mas não costumamos nos questionar muito sobre os valores que geram as culpas.

O que deveríamos fazer na idade adulta seria reavaliar essas questões e tirar nossas conclusões, deixar para trás o que não nos serve mais e formar nossos próprios conceitos, baseado em uma realidade madura. Caso agíssemos assim, creio que nos libertaríamos de muito sofrimento.

Sentimos culpa por tudo. Por sermos bem sucedidos ou não, por ganharmos dinheiro ou não, por termos uma boa vida enquanto tantos outros vivem na miséria, etc. E para cada sentimento de culpa instalada, vem a punição, ou o desejo dela, mesmo que inconsciente, para aliviar a considerada transgressão cometida. E nós próprios, muitas vezes, nos boicotamos por acharmos que não somos merecedores de tal Felicidade.

Também sentimos culpa por certas atitudes tomadas no passado.
Não precisamos esquecer o passado completamente, mas devemos viver o Presente olhando para o futuro. Deixar o que passou, para trás mesmo, pois este não mudará mais. E a culpa não contribuirá em nada. É diferente do arrependimento, que você analisa uma atitude e conclui que aquilo não foi bom para você e toma a decisão de não repeti-la mais.

A culpa só nos corrói e não constrói. Quando você se der conta de que a culpa não resolverá seus conflitos, você estará pronto para iniciar sua libertação deste sentimento.

Culpar-se, é não estar aberto ao aprendizado de nossos equívocos.

Parte da Felicidade consiste em sermos mais tolerantes conosco mesmo, e saber aceitar nossas limitações, sem críticas, sem julgamentos. A rigidez e a obsessão pela perfeição, só aumentam nossas culpas, nos distanciando ainda mais do encontro com nós mesmos, com nossa essência.

Diante da culpa, se aceite e compreenda seus limites.
Diante da culpa, evite a autopunição e se proponha a acertar.
Diante da culpa, saiba que você é humano e errar é intrínseco.

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